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Atuação do Brasil no mercado vitivinícola mundial no ano de 2012

No cenário internacional a vitivinicultura brasileira ocupou, em 2011, o 19° lugar em área cultivada com uvas, o 11° em produção de uvas e o 13° em produção de vinhos, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). No que se refere às transações internacionais, dados da mesma fonte revelam as seguintes posições do Brasil, para o ano de 2010, em relação às quantidades: 14° colocado em uvas exportadas, 17° maior exportador de suco de uvas, 31º exportador de vinho, 32° importador de uvas e 21° importador de vinhos.

A seguir, são apresentadas informações sobre as exportações, importações e balança comercial do setor vitivinícola nacional:

Exportações
As exportações brasileiras do setor vitivinícola somaram, em 2012, 135,94 milhões de dólares, 12,69% inferiores ao ano de 2011 (tabela 1). As exportações de uva de mesa situaram-se em 52.016 toneladas, 12,42% inferiores ao ano anterior. Houve redução nas exportações de suco de uva em 44,45% na quantidade e, redução em 50,95% no valor das exportações, em relação ao ano de 2011.

A quantidade de vinhos exportada em 2012 foi de 5,77 milhões de litros, representando um aumento de 375,70%, em relação ao ano anterior. Esse aumento foi devido ao incentivo do governo federal através do Programa de Escoamento da Produção (PEP). Através dele, foram vendidos 4,53 milhões de litros de vinho para a Rússia, ao preço médio de US$ 0,47 ao litro.

Os espumantes, em menor volume, apresentaram aumento de 53,57% na quantidade e de 43,13% no valor exportado.

Importações
As importações de uvas de mesa, que vinham apresentando crescimento nos últimos anos, decresceram 2,31% em quantidade e aumentaram em 5,86% em valor (tabela 1). No que se refere a uvas passas, houve aumento de 1,31% na quantidade importada e, redução de 8,03% no valor, no ano de 2012. Praticamente toda uva passa consumida no país é importada. No segmento de vinhos, houve aumento nas importações, sendo 2,07% em quantidade e 0,26% em valor. Houve crescimento nas importações de vinhos espumantes em 2012: 7,98% na quantidade e 15,51% no valor. O preço médio dos vinhos importados foi de US$ 3,54 ao litro.

Balanço
A balança comercial do setor vitivinícola nacional é apresentada na tabela 1. Em 2012, o país apresentou déficit de 276,21 milhões de dólares, 9,53% superior ao verificado em 2011. Houve aumento no valor das importações de todos os itens.

A tabela 2 apresenta uma síntese do mercado de vinhos finos no país. Foram considerados os vinhos de mesa importados, que equivalem aos vinhos de mesa finos brasileiros, os vinhos finos comercializados pelo Rio Grande do Sul e uma estimativa de vinhos finos produzidos e comercializados pelos Estados da Bahia, Pernambuco e Santa Catarina, deduzidas as exportações. O tamanho do mercado deste segmento de vinhos não atinge 100 milhões de litros. Em 2012, foram consumidos 95,82 milhões de litros de vinhos elaborados com uvas Vitis vinifera, 0,66% inferior ao volume de 2011. Coube aos importados um aumento de 2,07% e, aos nacionais, uma redução de 9,03%, no ano de 2012, em relação ao ano anterior.

Em 2012, os vinhos importados representaram 77,45% dos vinhos de mesa finos comercializados no Brasil.



Panorama da vitivinicultura brasileira em 2012

A vitivinicultura brasileira está passando por uma transformação. É uma atividade importante para a sustentabilidade da pequena propriedade no Brasil e tem se tornado também importante no desenvolvimento de algumas regiões, na geração de emprego em grandes empreendimentos que produzem uvas de mesa e uvas para processamento. Na principal região produtora de uvas no Brasil, a Serra Gaúcha, a vitivinicultura está fortemente ligada ao turismo. Nos últimos anos, por um lado, a crise econômica mundial, associada ao ingresso de outros países no mercado, dificultou as exportações de uvas de mesa do Vale do São Francisco; por outro, o excesso de oferta de vinhos no mercado internacional, associado ao aumento do poder aquisitivo dos brasileiros, tem facilitado o ingresso de vinhos importados no país, influenciando fortemente o desempenho da vitivinicultura brasileira.

De acordo com dados estatísticos disponíveis no portal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve, em 2012, redução de 0,52% na produção de uvas no Brasil, em relação ao ano de 2011 (tabela 3). A maior redução da produção ocorreu no Estado do Paraná (-32,86%). Também ocorreu redução de produção nos Estados da Bahia (-4,80%) e de São Paulo (-0,18%). Nos Estados de Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, houve aumento de produção de uvas de 7,71%, 3,09%, 4,64% e 1,29%, respectivamente, em relação ao ano de 2011.

Em 2012, a produção de uvas destinadas ao processamento (vinho, suco e derivados) foi de 830,92 milhões de kg, representando 57,07% da produção nacional. O restante da produção (42,93%) foi destinado ao consumo in natura (tabela 4).

As áreas plantada e colhida de uvas no Brasil apresentaram pequena recuperação em 2012, com aumento de 0,72% e 0,78%, respectivamente, em relação ao ano de 2011(tabela 5 e tabela 6). Os maiores aumentos de área aconteceram nos Estados do Paraná e de Santa Catarina. No Paraná, a área plantada aumentou 3,37% e em Santa Catarina aumentou 3,33%, em 2012. No Estado maior produtor de uvas do Brasil, Rio Grande do Sul, ocorreu aumento da área plantada de apenas 1%, em 2012. Em Pernambuco, a área plantada com videiras sofreu redução de 2,15% e na Bahia, a redução foi de 5% em 2012.

Cabe mencionar que em 2011 já houve reduções importantes na área com videiras, especialmente no Vale do São Francisco (PE e BA).

Embora não-disponível nas estatísticas do IBGE, a viticultura está sendo implantada em vários Estados, como Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo, Ceará e Piauí.

Não se dispõe de estatísticas sobre a produção e comercialização nacional de vinhos e suco de uvas. O Estado do Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 90% da produção nacional desses produtos, possui informações relativas à produção de uvas, vinhos e derivados e à comercialização, cuja análise permite ter uma boa aproximação do desempenho da agroindústria vinícola do país.

A produção de vinhos, sucos e derivados do Rio Grande do Sul, em 2012, foi de 579,31 milhões de litros, 0,09% superior à quantidade produzida em 2011 (tabela 7). O maior acréscimo ocorreu na produção de suco de uva concentrado e no mosto de uva (mosto simples). O suco concentrado apresentou aumento de 27,27% e o mosto de uva, um aumento de 20,77%, em relação ao ano de 2011. Considera-se que, normalmente, grande parte do mosto de uva é transformado em suco de uva. Em 2012, a produção de suco de uva integral sofreu redução de 19,19%. Ocorreu aumento na produção de vinhos finos de 4,6% e, redução na produção de vinhos de mesa em 17,48%.

Em Santa Catarina, segundo dados da Superintendência Federal da Agricultura do Estado, foram produzidos 21,18 milhões de litros de vinhos e derivados da uva e do vinho em 2012 (tabela 8). Desse volume, 72,57 % referem-se a vinhos de mesa. Ocorreu aumento (11,77%) na produção de vinhos de mesa em 2012 e, redução de 19,14% na produção de vinhos finos no Estado, enquanto na de suco houve incremento de 75,55%, incluindo suco concentrado transformado em suco simples e suco de uva integral. A propósito, desde 2011 é que estão sendo também disponibilizados os dados de produção de suco de uva catarinense. Cabe salientar que, em 2012, a safra de uvas utilizadas para elaboração de vinhos finos foi prejudicada devido à chuva de granizo.

  

O Rio Grande do Sul, em 2012, apresentou redução na comercialização de suco e vinhos, em relação ao ano anterior, de 3,61% (tabela 9). Os vinhos de mesa tiveram redução de 10,13%, enquanto os vinhos finos apresentaram aumento de 12,53%. Esse aumento decorreu do aumento das exportações, devido ao Programa de Escoamento da Produção do governo federal (PEP). Os vinhos espumantes, em 2012, continuaram sua trajetória crescente. Os espumantes moscatéis obtiveram aumento de 20,49%, e os espumantes apresentaram crescimento de 9,41% nas vendas. O aumento crescente dos espumantes nos últimos anos, aliado à trajetória descendente dos vinhos finos nacionais, mostra que em apenas cinco anos a proporção de vinhos finos/espumantes passou de 2,43 para 1,51, ou seja, enquanto em 2008 para cada garrafa de espumante (inclusive moscatéis) nacional vendida eram comercializadas 2,43 garrafas de vinhos finos, em 2012 essa relação foi de uma garrafa de espumante para 1,51 garrafa de vinho fino.

A comercialização de sucos de uva, que vinha apresentando trajetória crescente, em 2012 apresentou aumento de apenas 1%. O suco de uva integral apresentou aumento na quantidade comercializada de 19,04%, enquanto o suco de uva concentrado apresentou redução de 3,91%, no ano de 2012, em relação ao de 2011.

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Fernando Cardoso
29/03/2013 - 21:38
Um amigo com fazenda no ESP, próximo à divisa com MG, está seguindo a tecnologia de podar a parreira em janeiro para ter a maturação da uva em meses de menos chuva, seja julho/ agosto. A variedade á cabernet e o objetivo é obter um bom vinho. Qual sua opinião?

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